INTERCÂMBIO


Pessoas com depressão desconhecem os sintomas físicos

Pesquisa Internacional revela que pessoas com depressão desconhecem os sintomas físicos da depressão, retardando o tratamento e comprometendo a recuperação

Pessoas deprimidas lutam em silêncio, esperando por quase um ano antes de procurarem ajuda profissional

ATLANTA, 27 de maio /PRNewswire/ -- Resultados de uma pesquisa internacional divulgadas em Atlanta demonstraram que as pessoas com transtorno depressivo maior esperam em média mais de 11 meses para consultarem um médico, e foram diagnosticadas com depressão somente após cinco visitas ao médico, retardando ainda mais o tratamento. A pesquisa revelou ainda que aproximadamente 72 por cento das pessoas com depressão maior não acreditavam, antes do diagnóstico, que sintomas físicos dolorosos, tais como dores de cabeça inexplicáveis, dores nas costas, distúrbios gastrintestinais e dores persistentes e indefinidas, fossem sintomas típicos da depressão. Porém, 79 por cento destas pessoas reconhecem estes sintomas como sendo incômodos ou muito incômodos, motivando-as a consultarem um médico. "Depressão não diagnosticada pode ser muito grave, pois pesquisas médicas indicam que quanto mais tempo uma pessoa deprimida deixa de ser tratada, a doença torna-se mais crônica e as chances de uma recuperação total diminuem", diz o Dr. Pedro Delgado, Presidente do Conselho do Departamento de Psiquiatria na Escola de Medicina do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas (University of Texas Health Sciences Center) em San Antonio. "É importante que elas entendam que sintomas físicos podem ser sintomas de depressão e sinalizam a necessidade de se buscar ajuda". A Federação Mundial de Saúde Mental (The World Federation of Mental Health -WFMH), em associação com a Eli Lilly and Company e a Boehringer Ingelheim, autorizaram a pesquisa, Depressão: A Verdade Dolorosa (Depression: The Painful Truth), para avaliar pessoas com depressão e médicos sobre o conhecimento da relação entre depressão e sintomas físicos dolorosos, para identificar possíveis falhas no diagnóstico l e tratamento. Uma pesquisa médica anterior indicou que 69 por cento dos pacientes com depressão maior reportaram sintomas físicos como suas principais queixas(1). Trezentos e quarenta milhões de pessoas mundialmente sofrem de depressão,(2) ainda assim, aproximadamente três quartos das pessoas com algum transtorno depressivo nunca recebem qualquer tratamento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde(3). Apesar da alta prevalência de sintomas físicos dolorosos, a WFMH está preocupada que o público possa não estar totalmente ciente da conexão entre depressão e dor, e que isso possa estar contribuindo para os baixos índices de tratamento mundialmente. "Infelizmente muitas pessoas que sofrem de depressão não sabem que as dores persistentes e indefinidas que estejam sentindo possam fazer parte da depressão maior, ou elas podem não querer falar a respeito da possibilidade de uma doença mental, mesmo com um médico", disse a Dra. Patt Franciosi, PhD, e presidente da WFMH. "De qualquer maneira, a maioria não inicia um tratamento que poderia tanto beneficiá-las. Precisamos educar as pessoas para que entendam todos os possíveis sinais da depressão, para que estejam mais aptos a discutirem abertamente com seus médicos a maneira como estão se sentindo". A companhia independente de pesquisa de mercado, Harris Interactive(R), realizou a pesquisa entre 377 pessoas com o diagnóstico de depressão, 375 clínicos gerais e 381 psiquiatras em cinco países: Brasil, Canadá, México, Alemanha e França.

Resultados da Pesquisa: Diagnóstico
Os resultados da pesquisa revelaram uma lacuna significativa entre a alta prevalência e a baixa conscientização de sintomas físicos dolorosos entre pessoas com depressão. Embora 64 por cento das pessoas tenham reportado sintomas físicos dolorosos inexplicáveis entre os sintomas que os estimularam a consultar um médico, 72 por cento deles não sabiam que estes sintomas físicos dolorosos eram sintomas potenciais da depressão, até que foram diagnosticados. Apesar da alta prevalência de sintomas físicos dolorosos entre os pacientes, apenas 38 por cento dos médicos acreditavam que as dores eram, sempre ou na maioria das vezes, sintomas da depressão, sugerindo que mesmo entre alguns médicos, a associação entre sintomas físicos dolorosos e depressão não está necessariamente no topo de suas considerações.

Resultados da Pesquisa: Tratamento
Tanto os médicos, como aquelas pessoas que estavam tomando medicamentos, expressaram descontentamento com os tratamentos atuais. Quarenta por cento das pessoas deprimidas não estavam muito satisfeitas, ou não estavam satisfeitas com seus tratamentos antidepressivos, tanto para os sintomas emocionais, quanto físicos. Na verdade, 74 por cento considerariam mudar o tratamento, se os sintomas emocionais e físicos dolorosos pudessem se resolvidos com outro medicamento. E aproximadamente um terço dos médicos não estavam muito satisfeitos ou estavam ligeiramente satisfeitos com os antidepressivos atualmente disponíveis. Setenta e cinco por cento dos médicos concordaram que a falha em tratar-se dores físicas aumenta o risco da recaída. Oitenta e cinco por cento dos médicos concordaram fortemente ou concordaram que uma pessoa deprimida alcançará, com maior probabilidade, a remissão, se ambos ps sintomas emocionais e físicos da depressão forem tratados. Com base nos achados da pesquisa, a Federação Mundial da Saúde Mental (WFMH) está desenvolvendo um programa educacional para pessoas com depressão e para médicos. O objetivo do programa a ser lançado no final deste ano é de aumentar a conscientização, tanto dos sintomas emocionais, como dos sintomas físicos dolorosos da depressão entre pessoas com depressão e médicos, na esperança de melhorar os índices de diagnóstico, tratamento e recuperação mundialmente.

Sobre a WFMH
A WFMH é uma organização internacional de associação interdisciplinar, cuja missão é promover entre todas as pessoas e nações, o mais elevado nível possível de saúde mental em seus mais amplos aspectos biológico, médico, educacional e social. A posição consultiva nas Nações Unidas proporciona à WFMH uma variedade de oportunidades de se engajar na defesa da saúde mental em nível global, trabalhando proximamente a Organização Mundial da Saúde, a UNESCO, o Alto Comissionado para Refugiados das Nações Unidas, a Comissão sobre Direitos Humanos das Nações Unidas, a Organização Internacional do Trabalho e outros.

Referências
(1) Simon GE, et al. N Engl J Med. 1999;341:1329-1335.
(2) Greden JF. The burden of disease for treatment-resistant depression. J Clin Psychiatry. 2001;62:26-31.
(3) http://www.who.int/mental_health/
management/depression/definition/en/
Notas as Editores
A Harris Interactive(R) realizou a pesquisa telefônica em nome da WFMH entre 21 de fevereiro e 11 de abril de 2005 no Brasil, Canadá, México, Alemanha e França. Um total de 377 adultos com mais de 18 anos que foram diagnosticados com depressão, cinco ou menos anos atrás, e que atualmente tomam medicamentos prescritos para tratamento da depressão, assim como 756 médicos que estão trabalhando como clínicos gerais ou psiquiatras, tratando de um número mínimo de pacientes depressivos por ano e com dois a 30 anos de experiência profissional. Estes dados não foram ponderados e em virtude do pequeno número de dados de amostragem, deverão ser apenas utilizados direcionalmente. Com amostras desta dimensão, existe uma probabilidade de 95 por cento de que os resultados gerais para a amostra de pacientes tenham um erro amostral de mais ou menos 5.0 pontos percentuais, e para os resultados de médicos, um erro amostral de mais ou menos 3.6 pontos percentuais.

FONTE World Federation for Mental Health (WFMH) 27/05/2005 CONTATO: Anna Marrian, +1-212-445-8111, ou Anke Wolff, +49-30-2035125, ambas da Weber Shandwick Worldwide para o World Federation for Mental Health (WFMH) BNED: NG FONTE: PR NEWSWIRE LATIN AMERICA CORAL GABLES - MIAMI-US CONTATOS: USA-MARY D'LEON BRASIL-NÉLIA GARCIA TELS: USA:1-305-507-2550/BRASIL:55-21-2132-8461 FAXES: USA:1-305-461-8670/BRASIL:55-21-2132-8469 E-MAILS: nelia_garcia@prnewswire.com.br mary_dleon@prnewswire.com PALAVRA-CHAVE: RJ PALAVRA-CHAVE/RAMO DE ATIVIDADE: DIVERSOS PALAVRA-CHAVE/EMPRESA: WFMH

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