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  Agência Brasileira de Notícias

              Atenas 2004

               Editoria de Atenas 2004

 

 

27/08/2004 12:53

Ausência de favoritismo foi boa, dizem velejadores

ATENAS - Os velejadores Torben Grael e Marcelo Ferreira, que garantiram a medalha de ouro nesta quinta-feira na classe Star, disseram que levaram vantagem pelo fato de não serem os favoritos na prova.

“É uma coisa boa você chegar não sendo o favorito”, disse Torben após a décima e penúltima regata da competição.

“Não fizemos uma pré-temporada muito boa, mas estávamos mais preocupados em fazer ajustes e testar o barco do que em resultados”.

“Foi uma estratégia muito boa. Chegamos aqui com o barco bem veloz e não sentimos muita pressão”, disse Torben.

Os favoritos ao ouro eram os suecos Frederik Loof e Anders Ekstron, que ganharam os campeonatos Mundial e Europeu – e que estão em 12º lugar na classificação geral dos Jogos Olímpicos.

Assim que cruzaram a linha de chegada da segunda regata, os dois velejadores começaram a comemorar.

“A alegria é grande, a gente agora vai relaxar e curtir isso”, disse Torben.

Esse é o segundo ouro conquistado pela dupla em Olímpiadas, o primeiro veio em Atlanta, em 96.

Os dois velejadores se juntam a Robert Scheidt e a Adhemar Ferreira da Silva na lista dos bicampeões olímpicos brasileiros.

Torben, que agora tem cinco medalhas olímpicas, passa a ser, isolado, o maior medalhista brasileiro da história.

“É uma honra muito grande ter chegado a esse ponto. É uma felicidade, posso me considerar uma pessoa de muita sorte”, disse ele.

A exemplo de Robert Scheid, medalha de ouro na categoria Laser, Torben e Marcelo fizeram uma campanha marcada pela regularidade.

Eles venceram duas regatas e tiveram dois segundos lugares.

A pior colocação foi o 11º lugar da primeira regata desta quinta-feira.

Na segunda regata, eles fizeram o seu segundo quarto lugar da competição.

Com os resultados desta quinta-feira, a diferença de pontos perdido para os segundos colocados na competição, os franceses Xavier Rohart e Pascal Rambeau, foi para 16 pontos.

A diferença garantiu a medalha de ouro, dois dias antes da regata final, marcada para sábado.

Torben disse que eles não vão disputar a última regata, no sábado, “para não interferir no resultado dos outros, não é conveniente”.

A vela reforçou sua condição de esporte mais eficiente do Brasil nas Olimpíadas, tendo conquistado um total de 14 medalhas, duas a mais do que o atletismo e o judô.

Para Torben, o sucesso da vela brasileira “não é fácil de explicar”.

“Muito é devido ao esforço das pessoas envolvidas”, disse ele.

“A estrutura dos clubes brasileiros é bastante eficiente, as instalações são boas, embora não haja muitos praticantes”.

“As condições para a prática da vela no Brasil são as melhores do mundo, dá para velejar em água quente o ano todo”, disse ele.

Com o terceiro ouro nas Olimpíadas de Atenas, a delegação brasileira iguala o recorde de ouros de Atlanta. (Thomas Pappon/bbc)


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