05/04/2004
Juíza nega pedido de suspensão
de "A Paixão de Cristo"` na
França
Uma juíza da França rejeitou o
pedido feito por três irmãos
judeus para proibir a exibição
no país do filme A Paixão de
Cristo, de Mel Gibson.
PARIS - Patrick, Jean-Marc e
Gérard Benlolo alegaram que o
filme incita a violência contra
os judeus.
Mas a juíza Florence Lagémi
decidiu nesta segunda-feira que
a fita, cujo lançamento está
previsto para quarta-feira, não
é uma ameaça à ordem pública. Os
irmãos pretendem recorrer da
decisão.
O filme - que retrata as últimas
12 horas da vida de Jesus - tem
sido acusado de ser anti-semita
por, supostamente, colocar toda
a culpa da morte de Cristo nos
judeus.
Para os irmãos Benlolo, a
produção contém "uma visão
errônea e falsa de alguns
eventos religiosos".
"Há tanta violência anti-semita
na Europa que nós não podemos
deixar essa estréia ocorrer",
afirmou Patrick Benlolo.
Mas a juíza Florence Lagemi,
disse que "achar que o filme
torna a morte de Jesus em motivo
para o anti-semitismo é ter uma
visão muito limitada".
Na semana passada, o governo
francês anunciou planos de
introduzir os filmes O Pianista,
de Roman Polansky, e A Lista de
Schindler, de Steven Spielberg,
no currículo escolar, como uma
tentativa de tentar banir um
crescente anti-semitismo.
"Quando você vê filmes como o de
Spielberg, você se emociona.
Você entende melhor a realidade
do racismo e do anti-semitismo",
afirmou o ministro da Cultura,
Luc Ferry.
Enquanto isso, A Paixão de
Cristo chegou ao topo da lista
dos filmes mais assistidos na
Grã-Bretanha, arrecadando mais
de 2 milhões de libras (mais de
R$ 10 milhões) em seu fim de
semana de estréia.
O diretor do filme, Mel Gibson,
que é católico praticante, nega
veementemente as acusações de
anti-semitismo. (bbc)
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