A BELA E A FERA: MUSICAL DE SUCESSO EM SÃO PAULO
Continua fazendo grande sucesso, no Teatro Abril, em São Paulo, um
musical que atrai platéia diversificada, de crianças de quatro anos
aos que vivem a Terceira Idade.
"A Bela e a Fera" é dos mesmos produtores da versão brasileira de "Les
Misérables", dramatização inspirada na obra homônima do célebre
romancista francês Victor Hugo. Funcionários do Teatro Abril me
disseram que as pessoas saíam chorando, tão comovidas ficavam com o
musical " Os Miseráveis", apresentado na Broadway com êxito de
crítica e público.
"A Bela e a Fera", naturalmente, causa efeito bem diferente no humor
da platéia: os espectadores aplaudem com entusiasmo e alegria,
deixando o local bastante felizes, comentando e rindo sobre os
momentos que mais apreciaram (românticos e humorísticos).
Muitos grupos, provenientes de todo o Brasil, vêm a São Paulo
especialmente para assistir a esse musical. E não são poucas as
pessoas que voltam ao Teatro Abril, entusiasmados o suficiente para
repetirem a emoção vivida como espectadores de "A Bela e a Fera ",
em sessão que consideram de gala (ainda que seja matinê).
Entrevistei alguns espectadores de classe média alta, com
experiência de viagens internacionais regulares. Disseram-me que
tinham assistido ao musical em Nova York, na Broadway, confirmando
opinião já ouvida por mim anteriormente: "- Gostei muito mais desta
produção brasileira." À sua volta, a concordância era geral.
Com adaptação de Linda Woolverton e direção de Robert Jess Roth,
esta versão brasileira do famoso musical da Broadway destaca-se por:
sua produção luxuosa, direção, interpretação ( Saulo Vasconcelos,
Marcos Tumura e outros); cenografia, trilha sonora e direção musical
(orquestra e coro; música e letra das canções); coreografia;
iluminação; seus figurinos e adereços; a marcação de cena; seus
efeitos especiais.
Bela e jovem feiticeira, disfarçada em velha enrugada, pede
hospedagem a um príncipe egoísta e mimado. Ele nega o favor,
humilhando-a com palavras e atitudes. Por isso é enfeitiçado, por
castigo em não atender à advertência de que não deveria julgar
ninguém pela aparência.
O moço, transformado em fera monstruosa, só retornaria à sua
aparência humana, assim como todos os que viviam no castelo, quando
uma jovem por ele se apaixonasse. Uma rosa deixada pela fada iria
perdendo suas pétalas, uma a uma, à medida que o tempo passasse
naquele palácio onde as outras pessoas viveriam, a partir daquele
momento, sob formas diferentes: candelabro, xícara de chá, etc.
Na aldeia, Bela é considerada " esquisita" por gostar de ler e reler
livros. Seu pai, Maurice, inventor a quem Bela incentiva lhe dizendo
admirar o seu gênio e criatividade, vê-se ridicularizado como se
fosse louco, debilóide. Pai e filha se amam e se compreendem.
Maurice trabalha em seus projetos com dedicação.
O narcisista Gastón demonstra ser presunçoso, machista e grosseiro;
entretanto, decidiu que vai casar com a jovem Bela. Esta, porém, o
rejeita com firmeza.
Caçador admirado na aldeia, Gastón não aceita a rejeição de Bela,
recorrendo a chantagem e outros tipos de ameaças.
Os temas e os personagens de " A Bela e a Fera " continuam atuais.
Trata-se de espetáculo que educa, divertindo. Tem elementos de ação,
suspense, magia e romance. Incentiva a leitura, valoriza o espírito
criativo. Denuncia o machismo, louva as qualidades do coração, o
amor filial.
A hospitalidade - dever já preconizado na mitologia greco-romana -
também é incentivado nos textos bíblicos. Lembra-se aos cristãos
que, nunca se sabe...os que batem à nossa porta, podem ser anjos
disfarçados.
Em qualquer situação, porém, ser hospitaleiro demonstra capacidade
de abertura, bondade e solidariedade para com o nosso próximo. E
ainda outro ensinamento: o amor vai além das aparências enganadoras,
buscando a beleza interior, num processo corajoso de viver o
descobrimento do que é fundamental.
Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 24 de janeiro de 2003.
SERVIÇO:
A Bela e a Fera - Teatro Abril -av. Brig. Luís Antônio, 411, Bela
Vista, região central, São Paulo (SP). Recomendado para todas as
idades ( a partir de 4 anos). Tel:(11) 6846-6000. Duração: 160
minutos. Em cartaz por tempo indeterminado. Lotação do Teatro Abril:
1.535 lugares. De quarta a sexta-feira, às 21 h. Aos sábados, às 16
h e às 21h. Aos domingos, às 16h e às 20h30. Ingressos de R$50 a
R$150. Cartões de crédito: todos.
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