Direito à Cidade é...
Agnes M. P. Altmann
Necessidades da sociedade brasileira:
O direito à cidade entre outras necessidades básicas como a garantia
à subsistência, moradia, trabalho, etc. deveria ser também o de
proporcionar o uso democrático e a distribuição igualitária de
médicos bons e presentes nos mais remotos municípios do País, ainda
que resistindo à ausência de `atrativos financeiros´ - com a
manutenção de uma clientela em consultório particular como a maioria
dos médicos almeja ou de salários dignos quando empregados no
serviço público.
Aliás, o exercício profissional da medicina deveria ser uma
atividade eminentemente de utilidade pública. No Brasil existem
cerca de 9 mil médicos formados por ano e no entanto faltam médicos,
sobretudo nas diversas cidades do interior do País, provocando o
deslocamento de pacientes para os grandes centros urbanos, com
vários inconvenientes e aumento de custos para o cidadão
desprotegido.
Estima-se que mil municípios brasileiros simplesmente não têm
médicos. Muitas secretarias de Saúde de estados e municípios sequer
conseguem preencher parte das vagas oferecidas, pela simples falta
de interessados. E isso é mesmo uma negligência do Estado na
insuficiente distribuição dos seus recursos humanos do setor médico,
para suprir as populações de todas as regiões mesmo as mais
longínquas com a mais elementar das necessidades e cuidados para com
a vida humana que é a saúde.
Cogita-se que uma das soluções
possíveis por parte do Ministério da Saúde seria a reserva de uma
nova cota de vagas nas universidades já existentes para candidatos
vindos de regiões consideradas deficitárias. Outra alternativa seria
a liberação de novos cursos de medicina - possibilidade suspensa
desde 2003 - nas escolas localizadas nessas mesmas áreas.
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