DESPESAS DO GOVERNO LULA - INFORMAÇÕES RETIRADAS DO SIAFI
Os dados foram coletados para DINHEIRO por consultores que têm senha
de acesso ao SIAFI- Sistema Integrado de Administração Financeira. É
lá que estão detalhadas as despesas do Orçamento da União.
Em 1995, o gabinete presidencial gastou R$ 38,4 milhões.
Em 2003, primeiro ano de Lula, as despesas foram R$ 318,6 milhões.
Em 2004, está previsto o desembolso de R$ 372,8 milhões, R$ 1,5
milhão por dia útil.
Itamar Franco deixou o Palácio do Planalto com 1,8 mil funcionários.
FHC, por sua vez, enxugou-o para 1,1 mil.
No governo Lula, há 3,3 mil funcionários trabalhando diretamente na
Presidência.
Uma das descobertas da equipe diz respeito ao uso crescente dos
cartões de crédito corporativos para cobrir as despesas das
autoridades, utilizando o nome de funcionários do Planalto. Em 18
meses, já foram gastos R$ 6,4 milhões com os cartões.
Procurados insistentemente pela DINHEIRO, assessores do Planalto, da
Secretaria de Comunicação, da Casa Civil e o porta-voz presidencial
não responderam as questões formuladas pela reportagem.
A máquina presidencial vem inchando .... A ação mais cara é o
chamado apoio administrativo. Trata-se da gestão direta dos três
Palácios presidenciais: Planalto, Alvorada e Torto. Para 2004, o
Orçamento é de R$140,8 milhões para a administração dos palácios.
Também estão sendo gastos R$ 3,8 milhões para a remuneração de
militares que fazem a segurança do presidente e de sua família: há
equipes em São Paulo, Florianópolis e Blumenau cuidando dos filhos
de Lula.
OS MISTERIOSOS CARTÕES DE CRÉDITO DO PLANALTO
As compras começaram modestas, mas logo tomaram volume.
Em 2000, primeiro ano dos cartões de crédito: R$ 761,7 mil.
Em 2002, último de FHC, estavam em R$2,4 milhões.
Com Lula no Palácio o uso dos cartões de crédito virou uma febre.
Em 2003, totalizaram R$ 3.811.259,48.
Em 2004, somente até 15 de junho, R$ 2.665.977,20.
No governo FHC, as faturas foram enviadas ao TCU com a discriminação
de cada compra, com a respectiva nota fiscal em anexo. O governo
Lula não tem feito o mesmo. Neste ano, na sua primeira prestação de
contas, o governo informou somente o valor total das faturas. A
lista das autoridades que receberam cartões virou um segredo de
Estado.
Em abril, Dirceu foi flagrado em São Paulo pagando um hotel com seu
cartão corporativo. Mas seu nome nem o de nenhuma outra autoridade
não consta nas faturas. Na maior parte das ordens de pagamento, não
há referência ao verdadeiro dono do cartão.
É a Secretaria de Administração da Presidência, subordinada ao
ministro José Dirceu, que emite os cartões e paga as faturas.
OS TITULARES DOS CARTÕES
Despesas das autoridades são feitas em nome de funcionários cujos
nomes aparecem tanto nas faturas quanto no Siafi. Estão encarregados
de suprir todas as necessidades do presidente, de sua família e dos
ministros palacianos. Trabalham com agilidade e compram sem
licitação.
Alguns chegaram ao Palácio com Lula, como Roberto Freire Soares,
antigo companheiro de São Bernardo. A maior parte, contudo, está no
Palácio há uma década ou mais. São eles os ordenadores oficiais de
despesas, são chamados de "ecônomos".
Clever Fialho, cujas faturas em cartões somam R$ 641.225,54.
Anderson Aguiar, com faturas que somam R$ 192.400,62.
Josafá F. Araújo, em despesas do presidente, pagou R$ 185.770,46
Adhemar Paoliello, em cujo nome há faturas de R$ 79.235,21,
é da nova safra do partido.
Custo da Presidência
Publicação: Isto é - DINHEIRO
Por Hugo Studart
-studart@revistadinheiro.com.br
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