A rotina da mortandade
Agnes Marta Pimentel Altmann
Carta de leitor - Feriados e mortandade - binômio que é uma rotina
nas grandes cidades do Brasil, causados na maioria por jovens, não
obstante as providências das autoridades do trânsito. Segundo
informes, os jovens dirigem bem nas cidades, mas não sabem conduzir
os veículos nas rodovias.
Dirigir na estrada requer comportamento especial. O risco maior está
em cada curva que pode apresentar uma surpresa e, certas
ultrapassagens perigosas, embora, nem precisa ser adivinho, são
mesmo verdadeiras emboscadas de acidentes previsíveis.
Freqüentes são os choques entre veículos, ônibus, carretas, carros
de passeio em que milhares de pessoas são sacrificadas, por
ultrapassagem perigosa, considerada de alto risco.
O Brasil é detentor do recorde mundial de acidentes graves, com
vítimas fatais, uma a cada 15 minutos. A falta de educação no
trânsito e principalmente a imprudência de motoristas, que acreditam
ser imunes às tragédias, são as grandes causas de mortes nas
estradas brasileiras.
É a cultura da ilusão da invulnerabilidade. A maioria dos acidentes
ocorre em plena luz do dia, em trechos de rodovias com boa
pavimentação e sinalização. Por quê? Recente proposta de nova
Política Nacional de Trânsito apregoada pelo Departamento Nacional
de Trânsito define que se deve investir com prioridade em educação e
segurança no trânsito.
Imperioso que o governo federal priorize essa política. Recuperar
estradas é importante. Porém mais que isso, urge mudar o
comportamento dos motoristas no Brasil, sobretudo formar gerações de
pedestres e motoristas previdentes e tornar a fiscalização mais
presente e efetiva e ainda punir infratores e autoridades omissas.
Os Comitês Permanentes pela Redução dos Acidentes nos Estados junto
com a coletividade deveriam se reunir para traçarem estratégias já
como parte de campanhas de educação no trânsito, com planos
conjuntos de blitze e conscientização de usuários.
Que os feriados não se tornem presumidamente dia de grandes
morticínios 'previstos' no País, e que as autoridades do trânsito
consigam punir os que dirigem não só embriagados como de modo
irresponsável, tanto nas cidades como nas estradas. Com isso
evitar-se-ia gastos nos hospitais e sobretudo o sofrimento
considerável de famílias enlutadas com a mutilação e morte de seus
entes queridos.
Fonte: Correio do Povo e Jornalada
Data: 25/10/2004
www.jornalada.com
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