Seção de Cartas, Jornal do Brasil de 27/9
Ao ler na coluna Sete Dias (ontem, pág. A20), de Augusto Nunes, uma
nota sobre Ernane Galvêas, que foi presidente do Banco Central e
ministro da Fazenda, contando que o mesmo tem emprego regular, vai
ao trabalho todos os dias e vive do seu salário, fui tomado por uma
emoção forte. É uma reação inesperada para um fato que deveria ser a
coisa mais normal do mundo, mas no Brasil é um verdadeiro espanto.
Nos últimos tempos a maioria dos que ocuparam estes cargos, se não
chegaram milionários, saíram milionários.
A nota que fala da vida de trabalhador que leva Ernane Galvêas
oxigenou a alma dos leitores. O título da notícia - Ressalva -
ressalta a lisura de um homem que poderia ter usado o cargo público
para ficar rico, e passar o resto da vida sem depender de salário.
Wilson Gordon Parker, Nova Friburgo (RJ)
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