Nota Oficial
FENAJ comemora 58 anos
A Federação Nacional dos Jornalistas festeja, nesta segunda, 20 de
setembro, mais do que simplesmente a data de fundação de uma
entidade. Comemora, na verdade, um longo processo de construção de
um instrumento de lutas, implementado por milhares de jornalistas
brasileiros neste mais de meio século de história da Federação.
A FENAJ é o resultado da percepção da existência de instâncias e
espaços de debate e intervenção, das quais os sindicatos estaduais
não conseguiam dar conta na sua totalidade. Dirigentes sindicais e
jornalistas de base apostaram numa organização nacional que fosse o
resultado das experiências até então existentes e, ao mesmo tempo,
servisse para qualificar e incrementar as organizações que se
formavam em todo país.
Cumprindo seu destino e função sindical, a Federação dos
Jornalistas, ao longo desse período, coordenou e desencadeou lutas
nacionais por melhores salários e condições de vida e trabalho dos
jornalistas brasileiros. Lutou pela unificação dos trabalhadores na
área da comunicação e quando necessário, defendeu, na Justiça, os
jornalistas. Nos últimos anos, vem denunciando a precarização como a
principal mazela a ser banida das relações de trabalho e defendendo
o direito de autor inerente ao trabalho intelectual do jornalista.
Propôs, por determinação da categoria, o Conselho Federal de
Jornalismo, que vai finalmente defender a profissão dos aventureiros
e mal-intencionados.
A Federação Nacional dos Jornalistas nunca teve dúvidas a respeito
da necessidade de garantir uma formação de terceiro grau como
exigência para a atividade profissional. Promoveu um Congresso
Extraordinário para aprovar uma inédita proposta de parâmetros para
a formação acadêmica dos futuros jornalistas - o Programa de
Estímulo à Qualidade do Ensino de Jornalismo. E participa
intensamente de todas as atividades que possam enriquecer e
qualificar essa formação.
Foi a primeira a Federação brasileira a realizar eleições diretas e
participou decisivamente da redemocratização do país. Disputou,
junto a outras forças democráticas, com o mais poderoso lobby que se
formou na Constituinte, e apontou para a necessidade de uma
articulação plural e nacional que lutasse permanentemente pela
democratização da comunicação. Ajudou, assim, a criar o FNDC, Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação, que, entre outras
ações, protagonizou a negociação que resultou na chamada Lei do
Cabo, atuou na formação do Conselho de Comunicação Social, uma das
poucas vitórias da sociedade na disputa constitucional. Além disso,
atua, hoje, intensamente, na formulação de legislação para a futura
digitalização da radiodifusão, reivindica uma nova lei de imprensa e
defende a necessidade de se atribuir permanentemente o estatuto
público à atividade de comunicação, especialmente a de jornalismo.
Ao completar 58 anos, a FENAJ compartilha a vitalidade, os sonhos e
o entusiasmo dos jornalistas brasileiros em cumprirem seu dever
cotidiano de informar com pluralidade e ética. Acumula, por outro
lado, a experiência e o conhecimento de centenas de profissionais
que dedicaram suas vidas para construir esse espaço de atuação
nacional que tanto tem contribuído para a qualificação do
jornalismo, a defesa do jornalista, assim como da democracia do
país.
Brasília, 20 de setembro de 2004
Diretoria da FENAJ
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