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				O Cinema Escandinavo em Foco 
				 
				De: "Sala Cinemateca" 
				O Cinema Escandinavo em Foco 
				de 06 a 17 de abril de 2005  
				 
				Falar de um cinema escandinavo que está além de Carl Dreyer, 
				Ingmar Bergman, Mauritz Stiller, Victor Sjöström, Holger Madsen, 
				Alf Sjöberg, entre outros cineastas que ganharam notoriedade no 
				decorrer da história do cinema, não é mais uma novidade. 
				Legitimá-lo ou negá-lo, também não nos parece mais necessário. 
				As novas cinematografias da Dinamarca, Islândia, Finlândia, 
				Noruega e Suécia, apresentam-se maduras, consistentes, 
				inventivas e, além de proporem modelos políticos e econômicos 
				viáveis à produção e distribuição de filmes, ainda demonstram 
				vigor e experimentação estética, diálogo com as novas 
				tecnologias e variações temáticas. Neste sentido, a mostra O 
				Cinema Escandinavo em Foco que a Cinemateca Brasileira realizará 
				entre os dias 06 e 17 de abril, com a exibição de 20 filmes 
				compreendidos entre os anos 1973 e 2003, ganha relevância e 
				inicia discussões mais do que pertinentes. 
				 
				O atual êxito do cinema dinamarquês, com cerca de 30 a 40 
				títulos produzidos todos os anos, tem raízes na sua antiga 
				capacidade de organização (é da Dinamarca uma das primeiras 
				companhias produtoras do mundo, a Nordisk Films Kompagni, 
				fundada em 1906). Outra parcela deste sucesso encontra-se na 
				década de 70. Para reforçar o apoio ao cinema, criou-se a 
				Fundação do Cinema Dinamarquês, posteriormente chamada de 
				Instituto do Cinema Dinamarquês (DFI) que tinha a incumbência de 
				apoiar com dinheiro estatal as produções nativas. A partir daí, 
				com fluxos e refluxos, a Dinamarca ganhou o mercado local e 
				posteriormente o estrangeiro (após indicações e premiações em 
				festivais internacionais). Por algum tempo, salvo os filmes de 
				Dreyer ou algum outro cineasta, os dinamarqueses eram conhecidos 
				equivocadamente por seus filmes baratos sobre sexo e melodramas 
				vulgares, pouco se viu no mesmo período da intensa produção de 
				filmes infantis, epopéias históricas e comédias populares. Nos 
				dias de hoje, a visibilidade desse cinema é bem maior pois, por 
				meio de um projeto de distribuição que vai além dos próprios 
				muros, temos a oportunidade de acompanhar anualmente suas 
				produções. Mais recentemente, o cinema dinamarquês ofereceu-nos, 
				por meio do manifesto Dogma 95 (que este ano comemora dez anos), 
				mais um capítulo nas discussões sobre a democratização na 
				realização de filmes e sobre o uso do vídeo como formato 
				possível para o cinema.  
				 
				Já a história do cinema islandês é tardia e começa em 1944 
				quando o país tornou-se independente da Dinamarca. Entretanto, 
				somente no final da década de setenta surgem cineastas mais 
				significativos e de reconhecimento mundial. O sucesso mais 
				notável do país corresponde a Fridrik Thor Fridriksson. Seu 
				filme "Os filhos da natureza", pré-selecionado ao Oscar de 
				melhor filme estrangeiro em 1992, alcançou ampla difusão mundial 
				e obteve os primeiros lugares nas salas de um país com pouco 
				mais de 250.000 habitantes.  
				 
				A produção cinematográfica finlandesa começou em 1906 e os 
				primeiros filmes sonoros datam de 1931. O advento da televisão e 
				do uso do vídeo nos fins dos anos oitenta, significou um duro 
				golpe para a indústria cinematográfica finlandesa pois provocou 
				o esvaziamento das salas de exibição. Nos últimos 15 anos, 
				financiadas principalmente pelo Ministério da Educação e 
				beneficiadas por uma reorganização na indústria cinematográfica 
				promovida pelo governo, foram rodadas cerca de 350 películas, o 
				que dá uma média de 15 a 20 filmes por ano com uma ocupação de 
				15% do mercado interno. O novo cinema finlandês tem se mostrado 
				rico em talentos (além de Mika e Aki Kaurismäki), pois a cada 
				ano uma média de três diretores apresenta seus primeiros 
				longas-metragens alcançando sucesso nacional e nos circuitos 
				internacionais de festivais. 
				 
				É da Noruega um dos maiores índices de instituições públicas que 
				apóiam a produção cinematográfica local (curtas e 
				longas-metragens). Somente o Fundo do Cinema Norueguês, órgão 
				que administra programas de concessões de ajuda financeira às 
				produções de cinema e televisão, levantou, em 2004, cerca de 31 
				milhões de euros para auxiliar o desenvolvimento de projetos e 
				até mesmo a distribuição de filmes e programas de televisão. 
				Além desse incentivo, o Estado, em cada uma das 150 cidades da 
				Noruega, mantém um número equivalente de salas de cinema, o que 
				não impede a circulação de filmes estrangeiros. Por esta razão, 
				cada realizador norueguês tem assegurado seu espaço de exibição. 
				Este auxílio permite que a cada ano uma média de 15 filmes seja 
				lançada sendo que metade dessa produção é destinada a crianças e 
				jovens. 
				 
				Quanto à produção cinematográfica sueca, é quase um ditado a 
				frase: "o novo cinema sueco vive debaixo da síndrome de Bergman", 
				uma "provocação" que não aponta muito bem a verdade, pois novos 
				cineastas como: Peter Cohen, Josef Fares, Suzanne Osten, Bo 
				Widerberg, Lukas Moodysson, e mais uma dezena de outros mostram 
				justamente o contrário. Com um cinema de abordagem social (a 
				temática aparece mesmo em comédias, documentários sobre temas 
				não nacionais ou filmes de dramas individuais) eles têm se 
				distanciado da temática intimista e teatral de Bergman, o que 
				não invalida algumas referências em certos filmes. Como os 
				outros países escandinavos, a Suécia também possui políticas de 
				apoio ao cinema local e, curiosamente, pelo menos 25% da 
				produção tem de ser direcionada ao cinema infantil. Com uma 
				produção anual de 20 a 25 filmes (com exceção dos 38 lançados em 
				2000), a Suécia tem se destacado em festivais estrangeiros. Só 
				em 2002, segundo o Swedish Film Institute, pelo menos 16 filmes 
				foram premiados no exterior. A taxa de ocupação de salas por 
				filmes suecos chegou a 19% no ano de 2003 e pelo menos quatro 
				filmes estão entre os vinte mais vistos nesse ano. 
				 
				Com o compromisso de apresentar novas cinematografias e suas 
				propostas à hegemonia do cinema hollywoodiano, a Cinemateca 
				Brasileira apresenta ao público um panorama significativo de 
				cinco países de grande importância para a compreensão do cinema 
				mundial. 
				 
				Núcleo de Programação 
				 
				Sala Cinemateca 
				 
				Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Mariana - São Paulo (SP) 
				 
				próxima ao Metrô Vila Mariana 
				 
				Maiores Informações pelos telefones: 5084-2177 (ramal 210) ou 
				5081-2954 
				 
				ingressos: R$ 8,00 (inteira) 
				 
				R$ 4,00 (meia-entrada) 
				 
				Atenção: Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas 
				Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação 
				da carteirinha. 
 
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