Cinema como instrumento acadêmico e profissional
Theresa Catharina
A minha definição de um bom filme é uma obra que merece ser
vista e comentada, exatamente uma produção capaz de levar o
espectador a uma reflexão crítica, denunciar situações que
precisam ser modificadas, e/ ou apresentar exemplos de lições de
vida.
Assisto a todos os filmes exibidos , inclusive os infantis, com
exceção dos filmes pornográficos, de terror e de extrema
violência ( violência gratuita, apelativa, de " louvor à
violência"). Explicando melhor: assisto a documentários e filmes
de guerra ( " Platoon ", " Além da linha vermelha ", etc. )
porque denunciam os conflitos armados, conscientizando em prol
da paz.
Os universitários têm muito a aprender com o cinema de
qualidade, inclusive na questão da educação da sensibilidade e
no processo de busca e interpretação da informação.
Os exemplos que eu citaria compõem uma lista bem extensa,
diversificada e abrangente, por isso, indico que consultem meus
artigos na seção
Filmes-Comentários (de www.arteculturanews.com) e Artes Cênicas
- Cinema (www.noticiasculturais.com)
Os universitários, dependendo de sua experiência acadêmica,
vocação profissional ou de sua vivência e atividades de lazer,
poderiam aprender muito com o cinema, mas as indicações de
títulos de filmes devem ser bastante variadas quanto a gênero,
temas, situações e nacionalidades... às vezes, não somente
específicas para a área de estudo e vocação profissional, como
até personalizadas.
Quando escrevo comentários sobre filmes, minha preocupação é
destacar os valores positivos , suas qualidades de conteúdo,
além da qualidade técnica. E sob a perspectiva de uma orientação
cristã.
O cinema brasileiro nem sempre tem essa preocupação de oferecer
lições de vida. O conteúdo apelativo, medíocre e superficial (
que também se encontra em produções cinematográficas de outras
nacionalidades ) de muitos filmes brasileiros demonstra a busca
do sucesso imediato, que se transforma em lucros financeiros.
Contudo, os exemplos que eu destacaria - e recomendo - no cinema
brasileiro também são inúmeros. Como, entre outros: A Moreninha,
Central do Brasil, Abril despedaçado, No país de São Saruê, O
Evangelho segundo Teotônio, Cabra marcado para morrer, Marvada
Carne, Tainá 1 e 2 , Mauá - o Imperador e o Rei, Pelé Eterno,
Espelho d´água - uma viagem no Rio São Francisco e.....veja como
a lista é enorme, e de épocas diferentes! Já estou cometendo
injustiças, deixando de citar muitos outros títulos de filmes!
Sim, eu verdadeiramente acredito que seja possível alguém " se
espelhar num filme para ter sucesso profissional".
Claro! Sou admiradora entusiasta dos bons filmes! Esses, podem
ser uma inspiração constante
- na forma e no conteúdo, nas informações, no processo de
conscientização e de sensibilização, na educação contínua e
permanente, que visa ao aperfeiçoamento profissional e
humanístico.
Como jornalista e professora universitária, tenho algumas dicas
para estudantes e universitários que estão ingressando no
mercado de trabalho. Eis as minhas sugestões:
Usar bem o seu tempo de estudo e de lazer. Ler ( periódicos e
livros), pesquisar, agir, debater, ir ao cinema, ao teatro, a
espetáculos culturais ( dança, shows), a exposições, a
conferências, palestras e seminários. Ser ouvinte assíduo de
bons programas de rádio. Assistir a produções de qualidade na
televisão. Valorizar as aulas e os professores.
O conselho básico que eu daria para quem está buscando no cinema
um crescimento profissional e exemplos reais de vida:
Assista a filmes que lhe ensinem a pensar, a viver, a ser mais
humano, mais solidário, pacífico e pacifista.
Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 13 de fevereiro de 2005
(O artigo acima resume entrevista concedida a Cristiane Moraes,
redatora do Espaço Real Universitário -
www.espacorealuniversitarios.com.br).
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